sexta-feira, 23 de fevereiro de 2007

Crowd ou Companheirismo

A ouvir Pedro Lima na Prova Oral (obrigado Dulcineia), ouvi-o falar sobre companheirismo dentro de água - “Todos os que estão próximos de nós são companheiros…” ou “… A companhia é um privilégio que devemos cada vez mais preservar…”.
Sentir-me-ia extremamente desiludido se um dia entrasse num mar vazio, de repente fizéssemos uma festa, com aqueles três amigos que se juntaram (e acabámos de fazer) e mais à frente nos zangássemos todos, porque já somos tantos que na outra extremidade do aglomerado já estão a perder as referências.
Faz-me sentir muito melhor, perder uma manhã de surf para ajudar alguém a aprender algo que eu já saiba e seja mais um adepto dentro de água que a ignorar tais dificuldades, continuando a remar para o outside, tornando cada vez mais o espaço, a um reduzido número de insistentes. Com o tempo e desde os tempos de bodyboarder, habituei-me a entrar muito low profile dentro de água com a esperança que o hábito os levasse a deixar-me chegar perto do verdadeiro line up das praias que frequento. Não sabem o meu nome, eu também não sei o deles mas aos pouco vou-me tornando no “olha aquele gajo”.
É comum vermos gente a perder a estribeiras e a tornar o surf do dia, num verdadeiro water-wrestling.
Sinto-me muito mais confortável a entrar na água se já estiver lá alguém, confesso não gostar de entrar sozinho, a não ser pelo prazer de estrear o mar do dia mas sempre com a noção que não tarda está para chegar mais alguém… A partilha do mar e de outros recursos é algo que se torna muito mais prazenteiro, se pudermos partilhar espaços e experiências, mesmo referentes a algo tão pessoal como uma onda que normalmente é surfada a solo. Isto agora poder-nos-á levar a outra questão… os Secret Spot... mas isso ficará para um outro post.

3 comentários:

dulcineia disse...

primeiro que tudo adorei o link para o meu blog.
depois apesar de óbvio, tenho que dizer que escreves muito bem, ou pelo menos na minha modesta opinião porque de escritora não tenho nada (infelizmente) acho que "vales".

esta questão do prazer solo do apanhar uma onde e o comentário ao post da Su, trouxe-me à memória algo que nem me recordo se cheguei ou não a escrever no meu blog, há cerca de 3 semanas fui fazer pela primeira vez canoagem, em canoas de 2, e adorei, amei mesmo a experiência, ver a natureza ali tão perto, os remoínhos, bem que coisa fantástica, aí sim dá vontade de ver muito, muito mais do mundo e daquela natureza que falas, mas nesse dia de canoagem para que tudo fosse perfeito e na sequência da boa companhia, a pessoa que deveria ir comigo na canoa não seria um colega de trabalho mas sim a pessoa que amo, lembrei-me dele imensas vezes e ah como acho fantástico partilhar a natureza com A pessoa, ou as pessoas (amigos).

bom fds

Su disse...

OK Estou convencida a experimentar... engolir água salgada!

Samuel disse...

Por vezes olhamos para uma montanha e temos vontade de abraçar (literalmente) os contornos verdes da paisagem.
Acima de tudo agrada-nos à vista, imediatamente de seguida, apercebemo-nos que sentimos algo que não sei se descreva somente de apaziguador, mas que é grande e nos reduz à nossa singular "insignificância". Sendo permanentemente observada (a paisagem), permite-nos estar ali, fazendo-nos sentir parte do ecossistema, um pouco aquela sensação que temos quando vamos a locais de diferentes costumes do nosso e nos conseguimos “misturar” com as gentes locais. No entanto isto é algo que se sente maior e mesmo no silêncio da Natureza, quietos, somente observadores, estamos a interagir apenas por estarmos presentes.
Em momentos como estes, deseja-se que o resultado de tal interacção pudesse ser o resultado de algo criado numa união que acreditamos ser perfeita, criando o(s) momento(s) perfeito(s).
Obrigado pelos vossos comentários.
Venham sempre!